quarta-feira, 7 de abril de 2010

Bolsistas ProUni Internacional irão para Espanha

do Universo Educação

Na próxima segunda-feira, 12 de abril, os primeiros bolsistas do Módulo Internacional do ProUni (Programa Universidade para Todos) embarcarão para a Espanha. Ao todo, foram selecionados dez brasileiros de baixa renda e alto rendimento acadêmico para cursar a graduação na Universidade de Salamanca. Há representantes da Bahia, Minas Gerais, Paraná, Maranhão, Espírito Santo e São Paulo.

A seleção, segundo Leonardo Osvaldo Barchini Rosa, assessor internacional do MEC (Ministério da Educação), foi realizada paralelamente ao módulo nacional do ProUni. "Dentre os inscritos nas áreas relacionadas às vagas disponíveis, foram escolhidos os primeiros colocados no ENEM (Enem Exame Nacional do Ensino Médio)", explica ele. Enquanto a nota mínima para classificação no programa é de 400 pontos no exame, os bolsistas selecionados alcançaram mais de 700 pontos.

Todos os estudantes deviam ainda ter perfil para concorrer às bolsas integrais do ProUni. Além de ter cursado o Ensino Médio em escola pública ou escola particular com bolsa integral, os candidatos tiveram que comprovar renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio. "Com a identificação dos bolsistas potenciais, o MEC ligou para cada um deles e fez o convite de estudo na universidade européia", conta Rosa.

Rômulo Alexandre da Rocha, 22 anos, que a princípio tinha sido aprovado para estudar na UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte), foi surpreendido pela aprovação na Universidade de Salamanca. "Como me inscrevi na modalidade nacional, jamais esperei receber a notícia da admissão em uma universidade estrangeira", relata ele, que confessa ter ficado sem reação com a novidade. "Antes de aceitar a proposta, tive de resolver algumas questões pessoais, uma delas a demissão no meu antigo emprego", aponta Rocha, que nunca esteve fora do País.

Os bolsistas serão isentos das taxas escolares e administrativas e receberão ainda do Banco Santander auxílios de até 11,8 mil euros por ano (cerca de R$ 30 mil) para se manter na Espanha durante os anos da graduação. O valor custeará hospedagem, alimentação e passagens aéreas anuais da Espanha para o Brasil, na época do recesso de fim de ano. O programa inclui ainda curso preparatório de espanhol, que teve início no Brasil e vai continuar na Espanha, até que comecem as aulas na universidade, em setembro.

Nesta edição, a Universidade de Salamanca ofereceu bolsas nas áreas de Pedagogia, Matemática, Farmácia, Engenharia Civil, Engenharia Química, Comunicação Social e Engenharia de Informática. Outros 30 auxílios serão oferecidos igualmente pelos próximos três anos. A iniciativa é resultado da parceria estabelecida entre o MEC e a instituição européia. "Foi a universidade que se interessou pelo programa e nos propôs a cooperação", explica o assessor internacional.

Novos acordos para ampliar a atuação do ProUni já são estudadas. É o que garante Rosa. Mesmo sem poder adiantar o nome das possíveis parceiras, ele afirma ter negociações com dois países europeus e outra com um país norte-americano. "Até o final do ano, mais novidades poderão ser divulgadas", acredita ele. A ideia, de acordo com Rosa, é apresentar as possibilidades para as instituições e agências parcerias da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e do MEC.

Cada negociação será feita de forma individual. "As vagas e as áreas dos programas serão definidas com as futuras parceiras, assim como os valores das bolsas e as manutenções dos estudantes brasileiros no exterior", detalha Rosa. Ele acrescenta ainda a importância da participação tanto do governo como de instituições de ensino do País e de empresas privadas no financiamento dos auxílios.

A previsão é de que a partir do ano que vem o Módulo Internacional do ProUni ganhe um processo seletivo próprio. "Os pré-requisitos, porém, continuarão os mesmos", garante Rosa. A seleção será realizada no início do ano. "Isso porque precisamos ter um tempo para garantir que os candidatos atinjam a proficiência do idioma exigido pela instituição parceria", diz o assessor internacional.

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