quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Educação Especial

Redação Universo Educação

Em uma década, até o ano passado, aumentou em 15,1% o número de pessoas de 25 anos ou mais de idade que completaram oito anos de estudo. Dobrou também a proporção de jovens entre 18 e 24 anos cursando o Ensino Superior, hoje de 13,9%. Em ambos os casos, porém, a situação brasileira continua desfavorável na comparação com países avançados e mesmo com algumas nações sul-americanas. E é particularmente preocupante a constatação de que, também apesar dos avanços gradativos no âmbito do Ensino Fundamental nos últimos anos, mais da metade dos brasileiros não atingiu sequer esse nível de ensino, conforme a Síntese dos Indicadores Sociais de 2008, divulgada na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Qualquer sistema de avaliação de ensino costuma levar em conta o percentual da população com Ensino Médio completo, escolaridade considerada mínima para garantir alguma eficácia ao sistema educacional de um país. O levantamento divulgado agora indica que somente 36,8% dos jovens entre 18 e 24 anos têm 11 anos de estudo, o que corresponde ao nível básico. Isso significa que, quando se trata de escolaridade, é preciso reconhecer que as últimas administrações federais conferiram prioridade a esta área, visível sob o ponto de vista das políticas específicas e da alocação de recursos orçamentários. Mesmo com os sinais positivos dos últimos anos, ainda falta muito para o Brasil poder se equiparar a outros países sob o ponto de vista de ensino público de qualidade.

O mais recente retrato oficial da educação brasileira precisa ser visto, portanto, como um indicador de que, nessa área, políticas continuadas funcionam. Não podem, porém, se restringir a um ou outro governo. Projetos na área de ensino precisam contar com objetivos bem definidos, verbas no volume e no momento certo e devem visar sempre a um horizonte de médio e longo prazos. A despreocupação histórica com essas questões ajuda a explicar o fato de o Brasil continuar atrás de muitos países latino-americanos nessa área e, agora, estar precisando correr na tentativa de recuperar o tempo perdido.

As mesmas estatísticas oficiais não deixam dúvida de que o atraso brasileiro na área do ensino está na origem de uma série de problemas enfrentados pelo país na área social – do descaso com a infância, que leva a índices elevados de mortalidade infantil, à falta de oportunidades para os jovens no mercado de trabalho. É importante que o país possa aproveitar esse momento no qual tenta vencer a crise econômica para associá-lo definitivamente à preocupação com os avanços na área do ensino. Educação constitui pressuposto para o desenvolvimento sustentável de que o país tanto precisa para gerar riqueza e reduzir suas disparidades sociais.