terça-feira, 8 de dezembro de 2009

UFPA pode realizar outra prova de Geográfia

redação Universo Educação

A 5ª Vara da Justiça Federal determinou, em caráter liminar, que a Universidade Federal do Pará (UFPA) realize outra prova de geografia referente à primeira etapa do PSS 2010, após denúncias de plágio das questões.

O reitor da universidade, Carlos Maneschy, informou que recebeu a notificação na tarde da última sexta-feira e ficou surpreso. “Eu não tinha ideia do que poderia acontecer. Nós estávamos seguindo o cronograma normal do processo”. Houve uma reunião entre a Comissão Permanente do PSS para analisar a liminar e decidir se a universidade vai recorrer ou acatar a decisão.

O reitor da universidade preferiu não comentar a determinação, mas informou que a justiça alega a falta de avaliação dos alunos na disciplina de geografia. Na opinião de Maneschy, a decisão tomada pela UFPA, em anular as questões e garantir a pontuação para todos os candidatos, era a que trazia consequências menores. “Nós estamos seguindo o que determina o edital. Caso haja problema, a questão deve ser anulada e o ponto, concedido a todos os candidatos, como em qualquer certame, e foi isso o que fizemos”.

As Etapas

A segunda fase do PSS 2010, marcada para o próximo domingo, poderá ser adiada, já que o edital não permite que o candidato passe para a outra etapa sem que tenha sido avaliado na primeira fase. “A segunda fase pode ser cancelada e só vai ser realizada depois que resolvermos esse problema”. Segundo Maneschy, cerca de 45 mil estudantes participaram da primeira fase do PSS.

Para professores de cursinhos, a partir do momento em que o plágio foi reconhecido pela UFPA, criou-se uma expectativa com relação às outras questões. O professor de química Branco Ramos avalia que a anulação da prova toda é a melhor decisão. “Quem garante que assim como as questões de geografia, outras questões também não vazaram?”. Ramos pontuou que foi um erro da UFPA liberar a lista dos aprovados para a segunda fase, enquanto a prova estava sob investigação do Ministério Público Federal (MPF).

O estudante Fabrício Ribeiro prestou vestibular para o curso de Direito e foi aprovado para a segunda fase. Ele afirma que os candidatos acabam vivendo uma pressão ainda maior, principalmente por conta do calendário de provas apertado. “Isso abala muito o estudante. Na minha concepção, isso não é bom. Primeiro deveriam punir os responsáveis”. Para Fabrício, uma nova prova pode deixar dúvidas com relação aos que foram aprovados e que posteriormente podem não conseguir se classificar. “Isso deixa a gente em dúvida e abala o psicológico. Para mim, deveria continuar como está”, opina o estudante.

Cerca de 15 mil foram convocados para segunda fase do UFPR

redação Universo Educação

O resultado da primeira fase do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi divulgado na segunda-feira (07). Dos 43 mil inscritos para a 1º fase, 15.443 candidatos foram selecionados para a segunda fase. Ela acontecerá nos dias 12 e 13 de dezembro, quando serão aplicadas as provas de compreensão e produção de texto e as avaliações específicas de acordo com cada curso. A relação dos nomes convocados para a segunda etapa do vestibular 2009/2010 está disponível no site da UFPR (
http://www.nc.ufpr.br/).

Para reitor Zaki Akel Sobrinho a aplicação das provas da 1º foi tranquila, e espera o mesmo clima para os próximos dois dias de provas. “Pedimos aos candidatos que procurem chegar nos locais de prova por volta das 12h30, para garantir que nenhum imprevisto aconteça e percam a prova”. Os portões serão abertos às 13h e serão fechados as 13h30. As provas serão aplicadas às 14h. 26 cursos não terão prova específica. (Confira no fim da reportagem os locais para a 2º fase).

Do total de candidatos para a segunda fase, 52% são homens e 36% tem até 18 anos de idade. Um fator ressaltado pela reitoria da UFPR foi que a cada ano tem crescido o percentual de estudantes que estudaram em escola públicas. 44% dos selecionados estudaram integralmente ou a maior parte da vida escolar no sistema publico de ensino e 40% tem renda familiar de até cinco salários mínimos. 79 candidatos, por convicção religiosa, farão a prova do dia 12 (sábado), após o por do sol. Eles entrarão às 13h, como todos os outros e ficarão aguardando na sala o inicio da prova.

O reitor falou sobre a possibilidade do uso da nota do Enem no processo seletivo da UFPR. Segundo ele esta decisão será comunicada em breve aos estudantes e se for positiva, o candidato poderá ter 10% da nota do exame nacional como auxilio na aprovação da UFPR. “Vimos que as provas aconteceram com tranquilidade neste fim de semana. Diferente do tumulto que vimos em torno do Enem a meses atrás. Com esta mudança no quadro, é bem provável que a nota seja usada em nosso processo seletivo”. A divulgação dos resultados da segunda fase acontecerá no dia 22 de janeiro de 2010.

Locais da 2º fase

Setor de Ciências Agrárias – Rua dos Funcionários, 1540 – Juvevê
Campus do Centro Politécnico – Jardim das Américas
Setor de Ciências Sociais Aplicadas – Campus Jardim Botânico
Faculdades do Brasil – Rua Konrad Adenauer, 442, Tarumã
Faculdades de Curitiba – Rua Chile, 1678
Colégio Padre João Bagozzi – Rua Caetano Marchisini, 952

Escolas já retornaram as Aulas normal no Interior

redação Universo Educação

Os alunos das escolas municipais Tancredo de Almeida Neves, no bairro Belo Horizonte, Ruben Bento Alves, no Vila Ipê, e Engenheiro Dario Granja Sant'Anna, em Santo Antônio de Ana Rech, voltaram às aulas. Na Tancredo, onde 90% do telhado foi atingido por causa de um temporal na quarta-feira passada, nove salas estão interditadas e os estudantes foram remanejados para biblioteca, sala lúdica e de informática. 48 Alunos de 4º ano tiveram lições na sala lúdica e outras duas turmas de 2º ano têm aulas na biblioteca.



No corredor do colégio, a professora de Português Arlete Cancian aplicava uma prova de reforço para três alunos de 4ª série.

''Não vejo problema em dar aula no corredor. Se temos boa vontade, a aula é igual. Eles estão aprendendo e tendo a mesma aula'', afirmou Arlete.

A previsão é de que a reforma na escola seja concluída em duas semanas, conforme a diretora, Carla Delagustin.

Na Ruben Bento Alves, oito salas estão interditadas, conforme a diretora, Tânia Malvina Maineri.

'' Acredito que na quarta-feira, os alunos poderão voltar para as salas de aulas. Ainda nos foi oferecido o centro comunitário e a sala de catequese, mas acredito que não iremos precisar'', explica Tânia.

Na Dario, duas salas foram atingidas e as turmas foram remanejadas para o laboratório de informática e a sala de recursos. A expectativa é de que na quarta-feira a reforma esteja concluída.

Uma escola Municipal é destaque nas Olimpiadas de Matemática

redação Universo Educação

A Escola Municipal Ana Cristina Rolim Machado, que funciona dentro da Aldeia SOS no bairro de Mangabeira teve três alunos classificados entre os dez melhores na Olimpíada Pessoense de Matemática, organizada pelo Departamento de Matemática (DM) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O anúncio foi feito no início da noite da última sexta-feira (4), no auditório professor Milton Paiva, no térreo da Reitoria, no Campus I.

O trigêmeos Joermerson, Joeverton e Joebert de Oliveira Maia conquistaram medalhas. Joermerson obteve o primeiro lugar e a medalha de ouro no nível I, que representa os 6° e 7° anos do ensino fundamental. Já aJoeverson e Joebert obtiveram medalha de prata devido o bom desempenho. Os ganhadores são alunos do 7° ano B da Escola Municipal Ana Cristina Rolim Machado. De acordo com Carlos Henrique Moraes, professor de matemática, em 2008 os irmãos também obtiveram um bom desempenho na Olimpíada.

“O Joebert ficou com a medalha de ouro em 2008 e o Joemerson com a de bronze. Este ano fizemos um trabalho bem direcionado, reforçando o conteúdo da prova e conseguimos um melhor resultado, onde os três foram premiados. Essa é uma grande vitória, pois concorremos com grandes instituições de ensino público como a Fundação Bradesco e o Sesquicentenário. Esse excelente resultado só foi possível com o apoio do diretor da escola, José Bonifácio de Araújo”, frisou o professor.

Quarto representante - A Escola Municipal Ana Cristina Rolim Machado também teve um quarto representante na olimpíada, que foi o aluno Heverton Carlos de Albuquerque. O município de João Pessoa participou da seleção ainda com outras duas escolas: Índio Piragibe, representada pela aluna Laís dos Santos Aguiar, do 7° ano, e a Dr. João Santa Cruz de Oliveira, onde participaram dois estudantes. Os quatro representantes receberam medalha em menção honrosa.

A Olimpíada Pessoense de Matemática vem sendo realizada desde 1992 como forma de destacar os alunos na disciplina. Este ano, participaram escolas públicas e privadas dos municípios de João Pessoa, Cabedelo, Santa Rita e até de Guarabira. A avaliação, que ocorreu em uma única etapa e contou com seis questões discursivas, foi aplicada no dia 31 de outubro. Em cada nível, os alunos são premiados com medalhas de ouro, prata e bronze. Ao todo, 62 estudantes foram premiados pelo bom desempenho durante a solenidade. A Prefeitura de João Pessoa foi representada por sete alunos. Os trigêmeos ainda aguardam um outro importante resultado. Na próxima sexta-feira (11) será anunciado a final da Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (OBMEP).

As provas foram realizadas em duas etapas nos meses de agosto e outubro. Foram 160 mil escolas em todo o Brasil. Os irmãos concorrem a medalhas no nível I. Ao todo, serão premiados 100 alunos com medalha de ouro, 300 com medalha de prata e 600 com medalha de bronze. Cada vencedor vai receber uma bolsa durante 12 meses para custear os estudos.

Escolas de Interior vencem ''Construindo a Nação''

redação Universo Educação

Escolas do interior do Estado foram as vencedoras do Prêmio Construindo a Nação 2009. O Prêmio é uma parceria do Sesi, com o Instituto da Cidadania Brasil, CNI e órgãos estaduais.

O Prêmio Construindo a Nação tem por objetivo destacar, valorizar e mostrar como exemplo, criando referências, as ações que as escolas públicas e privadas, realizam com a presença ativa de seus alunos no diagnóstico e nas ações práticas de solução para problemas das comunidades onde estão situadas.

No total, 26 escolas inscreveram-se, sendo que apenas 16 entregaram os projetos dentro do prazo e estavam aptas a participar da seleção do Prêmio, cuja cerimônia de entrega será realizada em março do próximo ano no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco, em Campo Grande.

No Ensino Fundamental, a vencedora foi a Escola Municipal Manoel Martins, de Ponta Porã, com o projeto “Escola o Beabá da Cidadania - O Caminho Certo a Seguir”, seguida da Escola do Sesi de Dourados, com o projeto “Conscientização Ambiental por um Flash”, e da Escola do Sesi Maria José Castello Zahran, de Campo Grande, com o trabalho “Resgatando Valores num Clique de Solidariedade”.

Na categoria Ensino Médio, o primeiro lugar ficou com a Escola Estadual Dr. João Ponce de Arruda, de Ribas do Rio Pardo, com o projeto “Rio Pardo Vivo”, enquanto o segundo lugar foi para a Escola Estadual 8 de Maio, de Iguatemi, com o trabalho “Lixo Promotor de Educação e Saúde”, e em terceiro lugar aparece a Escola Estadual Professora Fátima Gaiotto Sampaio, de Nova Andradina, com o projeto “Dia de Fazer a Diferença - Educação para Todos”.

O Prêmio Construindo a Nação também premia os trabalhos desenvolvidos por turmas da EJA (Educação de Jovens e Adultos), sendo que neste ano a Escola Municipal Francesco Battista Giobbi, de Sonora, levou o primeiro lugar com o projeto “Reutilizando e Mudando sua História”, tendo em segundo lugar a Escola do Sesi Edmundo Macedo Soares e Silva, de Campo Grande, com o projeto “Integrando as Diferença através do Papel”, e em terceiro lugar a Escola Municipal Izabel Corrêa de Oliveira, de Corumbá, com o projeto “Escola e Festival Sul-Americano Unindo Fronteiras”.

Bolsa de estudo - Segundo a técnica de Responsabilidade Social do Sesi, Valéria Vasques, as escolas vencedoras receberão troféus e as diretoras também ganharão uma bolsa de estudo em nível de pós-graduação, que poderá ser transferida para um dos profissionais que compõe a equipe do estabelecimento de ensino. “O interessante é que a escola vencedora também vai concorrer na edição nacional do Prêmio”, detalhou.

Ela também pontuou o excelente nível dos trabalhos apresentados e explicou que eles passaram pelo crivo de uma comissão de avaliação em Mato Grosso do Sul e outra comissão julgadora no Estado de São Paulo, quando foram avaliados pela equipe do Instituto da Cidadania Brasil. “Nós temos total condições de competir e trazer bons resultados da disputa nacional”, disse.

O Prêmio - A intenção dos organizadores é também valorizar o papel do educador no processo de formação do seu aluno como cidadão e estimular os estudantes a participar ativamente dos projetos de sua escola preparando-os para a vida do País, pela relevância da aprendizagem tida na convivência com as demandas sociais das comunidades.

O Prêmio objetiva ainda motivar os alunos a se tornarem empreendedores e participarem das soluções que inicialmente sua comunidade demanda, mas também das de suas cidades, Estados e País.

Ministério Público denuncia pessoas por vazamento do Enem

redação Universo Educação

O MPF-SP (Ministério Público Federal em São Paulo) denunciou cinco pessoas envolvidas no furto, vazamento e tentativa de venda da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em outubro desse ano, que causou prejuízo de cerca de R$ 45 milhões aos cofres públicos.

As provas, marcadas para o início de outubro, ocorreram apenas nesse fim de semana, o que fez com que universidades como USP e Unicamp não utilizassem a pontuação.

Foram denunciados três funcionários da empresa Cetros, integrante do Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção, contratado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Felipe Pradella, Marcelo Sena Freitas e Filipe Ribeiro Barbosa, e dois intermediários do grupo, Gregory Camillo Oliveira Craid e o empresário Luciano Rodrigues.

Caso a denúncia seja aceita pela 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo, os cinco passarão a a responder pelos crimes de peculato (furto praticado por servidor público), corrupção passiva (exigir vantagem indevida) e violação de sigilo funcional.

Para a Procuradoria, Craid e Rodrigues, apesar de não terem subtraído as provas na gráfica Plural, contratada pelo consórcio para imprimir o material, nem estarem realizando serviço público, “forneceram as condições para que fosse tentada a venda dos bens subtraídos”, participando do crime como cúmplices.

Cada acusado responderá por dois peculatos, pois houve dois furtos da prova. No dia 21 de setembro foi furtada a “Prova 1”. No dia 22 de setembro, foi levado da gráfica um exemplar da “Prova 2”. Participaram diretamente dos peculatos, Pradella, Sena e Ribeiro.

Crimes

Os atos de corrupção passiva foram cometidos nos dias 29 e 30 de setembro. No dia 29, após se reunir com Craid e Rodrigues, Pradella revelou que tinha as provas e as exibiu aos dois. Rodrigues, ex-funcionário da Agência Estado, ligou para a Folha de S.Paulo e para O Estado de S. Paulo, informando que conhecia dois rapazes que tinham as provas do Enem e que eles tinham interesse em vendê-las para a imprensa.

Dois jornalistas do Estadão se reuniram com a dupla em 30 de setembro e perguntaram quanto Pradella e Craid queriam pelas provas e eles pediram R$ 500 mil. A equipe do jornal viu a prova e memorizou algumas questões, enquanto gravava o encontro, que foi fotografado a distância. Os jornalistas disseram que o material era de interesse público, mas que o jornal não pagava por informações.

A proposta não foi aceita. Pradella e Craid alegaram que o dinheiro teria que ser dividido entre cinco pessoas. Apesar disso, os jornalistas deixaram a negociação em aberto. Pradella e Craid deram até as 10h do dia seguinte para que o jornal respondesse.

No mesmo dia, o jornal procurou o Ministério da Educação e passou dados suficientes às autoridades para permitir a conclusão de que a prova era autêntica e denunciaram o caso na edição de 1º de outubro, revelando os planos do grupo. No mesmo dia, o MEC anunciou o cancelamento da prova.

Além de peculato, corrupção e violação de sigilo funcional, Pradella é acusado também pelo crime de extorsão. No dia 1º, depois que o Estado publicou detalhes do encontro, Pradella ligou para a jornalista Renata Caffardo, co-autora da matéria, e a extorquiu, pedindo R$ 10 mil “para não lhe fazer mal”.

Além de dois peculatos, atribuídos aos cinco acusados, o MPF aponta que Pradella, Sena e Ribeiro cometeram violações de sigilo por três vezes, ao mostrar a prova para Ribeiro e Craid e às equipes do Estado e da Record. Já Ribeiro e Craid violaram o sigilo duas vezes, quando a prova foi mostrada ao jornal e à TV.

Fraga e Uemura apontam que a corrupção passiva ocorreu três vezes: nas negociações com Estado, Record e Época. Nos contatos com a Folha, a vantagem indevida não chegou a ser pedida, apenas mencionado o interesse financeiro, mas sem a estipulação de valores, condição fundamental para a caracterização da corrupção passiva. O MPF avalia que Pradella foi o mentor do caso e, se condenado, deve receber uma pena maior.

Para coordenador as Provas do Enem não faz avaliação de ensino médio e nem seleciona os vestibulandos

redação Universo Educação

As provas do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não foram justas com quem estuda para passar nos vestibulares porque não seguiram um programa organizado, afirma Nicolau Marmo, coordenador do Anglo Vestibulares. "Eles não estão preocupados em abranger todo o programa. Veja o que aconteceu na prova cancelada: metade era sobre Segunda Guerra Mundial", exemplifica Marmo.

A mesma opinião tem a professora de português do Colégio Objetivo, Elizabeth de Melo Massaranduba. "Eles não têm o programa do Ensino Médio. Não teve escolas literárias, não teve gramática. Só interpretação". Segundo ela, isso é ruim porque desorienta as escolas públicas de todo o país. "Como saber o que dar na escola?", questiona a professora.

Outro problema do novo exame foi misturar objetivos. "Não é possivel que com uma única prova você atenda a duas finalidades tão diferentes: avaliar o Ensino Médio e selecionar alunos para várias universidades", afirma Marmo. "Espero que no ano que vem façam duas provas", diz ele.

Para avaliar a última etapa do Ensino Básico, explica o coordenador, é necessária uma prova de compreensão de textos e de raciocínio. Mas para filtrar quem tem condições de entrar no Ensino Superior, isso não basta: deve-se exigir todo o conteúdo. "O modelo tem que ser a Fuvest, ela consegue avaliar as competências e o conteúdo de forma organizada. Raciocínio e conhecimento".

O número de questões do Enem (90 em cada dia, além da redação) também deve ser revisto pela organização da prova, sugere o coordenador do Anglo. "A Fuvest tem 90 [questões] para cinco horas. Aqui são 90 para quatro e meia. Já é apertado lá, aqui é mais", critica Marmo.

Com base na prova de linguagens - que contém perguntas de língua portuguesa - a professora Elizabeth também considera desproporcional o número de questões e o tempo de prova do novo Enem. "Alguns textos exigiam duas ou três leituras para chegar a uma alternativa", afirma a professora. Segundo ela, isso fez com que os alunos não respondessem a todas as questões e muitos deixassem de lado a redação.

Uso de "gente" e "nós"

Prof. Pasquale Cipro Neto

Afinal de contas, podemos ou não utilizar a expressão "a gente" no lugar de "nós" ? Dizer que não há problema nenhum em usarmos a expressão no dia-a-dia, na linguagem coloquial, contraria muitas pessoas, para quem esse uso da palavra "gente" deveria ser abolido de vez.

Evidentemente não é possível eliminar a expressão da língua do Brasil, mesmo porque seu uso já está mais do que consagrado. Mas quando ela é de fato mais lícita? No bate-papo, na linguagem informal. No texto formal, ela está fora de questão. Mas, uma vez usada, como deve ser a concordância? É "a gente quer" ou a "gente queremos"? A maneira correta é:

A gente quer.
Nós queremos.

O uso da expressão "a gente" em substituição a "nós" é tão forte que algumas vezes dá origem a confusões. Veja o trecho da canção "Música de rua", gravada por Daniela Mercury:

... E a gente dança
A gente dança a nossa dança
A gente dança
A nossa dança a gente dança
Azul que é a cor de um país
que cantando ele diz
que é feliz e chora

"A gente dança a nossa dança". É tão forte a idéia de "gente" no lugar de "nós" que nem faria muito sentido outro pronome possessivo para "gente", não é? O "nossa" é pronome possessivo da 1ª pessoa do plural e, portanto, deveria ser usado com o pronome "nós":

"Nós dançamos a nossa dança".

Na linguagem coloquial, no entanto, diz-se sem problema "a gente dança a nossa dança", "a gente não fez nosso dever", "a gente não sabia de nosso potencial" etc.

No bate-papo, no dia-a-dia, na canção popular, não seria inadequado o emprego da palavra "gente" — que nos perdoem os puristas, os radicais, os conservadores. Só não é possível aceitar construções como "a gente queremos". Isso já seria um pouco excessivo.




No ar desde agosto de 1994, o programa trata, sem preciosismos, das dificuldades lingüísticas que enfrentamos ao falar o nosso idioma. O prof. Pasquale Cipro Neto examina filmes publicitários, letras de músicas, poemas, HQ, depoimentos de personalidades e populares, artigos da imprensa, programas de TV e o que mais seja de nossa expressão lingüística. Consulte aqui a íntegra dos módulos, organizados segundo critérios da gramática