do Universo Educação
Pelo menos sete instituições de ensino no Paraná caíram no golpe do falso prêmio do Ministério da Educação (MEC). O Instituto Bra sileiro de Pesquisa de Qualidade Gomes Pimentel (IBPQGP), sediado em Guarulhos (SP), fingia dar um prêmio em nome do governo federal. E cobrava entre R$ 2 mil e R$ 3 mil das instituições que recebiam o “Prêmio Nacional de Ex celência em Qualidade no En sino”. O MEC nega vinculação com o instituto e a Polícia Federal está investigando o caso.
Segundo denúncia feita anteontem pelo jornal Folha de São Paulo, 150 escolas, cursinhos, supletivos, centros universitários e faculdades eram “premiadas” pelo Instituto desde 2005. Entre elas estão instituições reprovadas ou mal avaliadas pelo MEC. O prêmio só seria entregue após um pagamento. Até o ano passado, o valor era de R$ 2 mil. Para a entrega da premiação neste ano, o valor teria subido para R$ 3 mil. Após a denúncia, o instituto cancelou a edição 2010 do prêmio.
De acordo com a lista publicada pelo jornal, sete instituições paranaenses caíram no golpe em 2009 (veja no infográfico). Os representantes do instituto diziam que o prêmio se devia ao bom desempenho das escolas em avaliações do MEC. O valor pago serviria para ajudar a bancar a festa de entrega da premiação.
Um dos colégios listados na edição de 2008 do “prêmio” nega ter feito pagamento ao Instituto Gomes Pimentel. A diretora do Colégio Anjos Custódios, Irmã Maria Gonçalves, disse que recebeu durante vários anos a indicação por e-mail, mas nunca respondeu ao instituto e nem pagou por participação em jantares. “Sempre desconfiei da idoneidade deste prêmio”, diz. Porém a notícia da indicação do prêmio ainda consta no site do colégio, que está localizado em Marialva, Região Noroeste do estado.
Na carta publicada no site do colégio e assinada pelo diretor-geral do Instituto Gomes Pi mentel, Luiz Nogueira, dados da avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) e do Ministério da Educação são citados como fontes da pesquisa para a premiação. A reportagem tentou contato com representantes do instituto, mas ninguém atendeu ao telefone informado no site.
MEC
Em nota enviada à imprensa, o MEC negou qualquer tipo de vinculação à premiação e afirmou ter solicitado à Polícia Federal abertura de investigação e inquérito por falsidade ideológica e formação de quadrilha – além de eventuais crimes relacionados, já que o grupo utilizava o nome do MEC e as marcas do governo federal na emissão dos certificados. Na esfera cível, o MEC, em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU), vai pedir imediatamente que o Instituto Gomes Pimentel identifique todas as instituições que receberam certificados, para que os recolha, além de proibir a emissão de novos papéis desse tipo.
O presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), Ademar Pereira, afirma que a entidade não recebeu reclamações de instituições de ensino que foram lesadas pelo “falso prêmio”. “É preciso ficar atento e em caso de dúvida entrar em contato conosco. O Sindicato tem estrutura jurídica para verificar a idoneidade da empresa que está oferecendo o serviço”, diz. Outras informações podem ser obtidas no site www.sinepepr.org.br.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário