quinta-feira, 15 de abril de 2010

No PR, Sete escolas iludidas com falso prêmio

do Universo Educação

Pelo menos sete instituições de ensino no Paraná caíram no golpe do falso prêmio do Ministério da Educação (MEC). O Instituto Bra sileiro de Pesquisa de Qualidade Gomes Pimentel (IBPQGP), sediado em Guarulhos (SP), fingia dar um prêmio em nome do governo federal. E cobrava entre R$ 2 mil e R$ 3 mil das instituições que recebiam o “Prêmio Nacional de Ex celência em Qualidade no En sino”. O MEC nega vinculação com o instituto e a Polícia Federal está investigando o caso.

Segundo denúncia feita anteontem pelo jornal Folha de São Paulo, 150 escolas, cursinhos, supletivos, centros universitários e faculdades eram “premiadas” pelo Instituto desde 2005. Entre elas estão instituições reprovadas ou mal avaliadas pelo MEC. O prêmio só seria entregue após um pagamento. Até o ano passado, o valor era de R$ 2 mil. Para a entrega da premiação neste ano, o valor teria subido para R$ 3 mil. Após a denúncia, o instituto cancelou a edição 2010 do prêmio.

De acordo com a lista publicada pelo jornal, sete instituições paranaenses caíram no golpe em 2009 (veja no infográfico). Os representantes do instituto diziam que o prêmio se devia ao bom desempenho das escolas em avaliações do MEC. O valor pago serviria para ajudar a bancar a festa de entrega da premiação.

Um dos colégios listados na edição de 2008 do “prêmio” nega ter feito pagamento ao Instituto Gomes Pimentel. A diretora do Colégio Anjos Custódios, Irmã Maria Gonçalves, disse que recebeu durante vários anos a indicação por e-mail, mas nunca respondeu ao instituto e nem pagou por participação em jantares. “Sempre desconfiei da idoneidade deste prêmio”, diz. Porém a notícia da indicação do prêmio ainda consta no site do colégio, que está localizado em Marialva, Região Noroeste do estado.

Na carta publicada no site do colégio e assinada pelo diretor-geral do Instituto Gomes Pi mentel, Luiz Nogueira, dados da avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) e do Ministério da Educação são citados como fontes da pesquisa para a premiação. A reportagem tentou contato com representantes do instituto, mas ninguém atendeu ao telefone informado no site.

MEC

Em nota enviada à imprensa, o MEC negou qualquer tipo de vinculação à premiação e afirmou ter solicitado à Polícia Federal abertura de investigação e inquérito por falsidade ideológica e formação de quadrilha – além de eventuais crimes relacionados, já que o grupo utilizava o nome do MEC e as marcas do governo federal na emissão dos certificados. Na esfera cível, o MEC, em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU), vai pedir imediatamente que o Instituto Gomes Pimentel identifique todas as instituições que receberam certificados, para que os recolha, além de proibir a emissão de novos papéis desse tipo.

O presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), Ademar Pereira, afirma que a entidade não recebeu reclamações de instituições de ensino que foram lesadas pelo “falso prêmio”. “É preciso ficar atento e em caso de dúvida entrar em contato conosco. O Sindicato tem estrutura jurídica para verificar a idoneidade da empresa que está oferecendo o serviço”, diz. Outras informações podem ser obtidas no site
www.sinepepr.org.br.

0 comentários:

Postar um comentário