quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Estudante tira a roupa em protesto

redação Universo Educação

Cerca de 250 estudantes da Universidade de Brasília (UnB) realizaram um protesto contra o machismo. Para lembrar o caso da aluna da Uniban de São Bernardo do Campo (SP), hostilizada pelos colegas por causa de seu vestido curto, alguns dos manifestantes tiraram a roupa próximo à reitoria da UnB.

Os alunos de Brasília foram ao Salão de Atos da Reitoria para entregar ao reitor José Geraldo de Sousa Júnior um documento com reivindicações para a segurança da mulher na instituição.

O grupo considera o caso de Geisy absurdo e o comparam com situações de preconceito e machismo registrados na UnB. Um exemplo citado durante a manifestação foram os atos de violência sexual ocorridos na universidade, como o ataque a uma estudante de 18 anos, em abril deste ano.

"Acreditamos que o movimento estudantil, assim como o movimento social, não pode aceitar nenhuma forma de agressão, machismo ou preconceito", afirma Rodolfo Godoi, estudante de sociologia, de acordo com a agência de notícias da UnB.

Caso Uniban
No dia 22 de outubro, Geisy foi hostilizada por alunos da Uniban por ir à universidade com um vestido vermelho curto. Alunos pararam as atividades acadêmicas para ver a estudante, tentando fotografar suas partes íntimas e xingando-a de prostituta. No último domingo (8), a universidade anunciou que havia decidido expulsar a estudante de turismo.

A atitude da Uniban causou protestos, e fez com que a universidade revertesse a decisão. O vice-reitor da Universidade Bandeirante (Uniban), Ellis Brown, disse nesta terça-feira (10) que a aluna Geisy Arruda terá todas as garantias de segurança para voltar às aulas.

A turma de Geisy foi deslocada para um outro bloco para, segundo o vice-reitor, criar um ambiente “mais descontraído e agradável” para o retorno da estudante. Brown também garantiu que haverá atenção especial por parte da instituição para garantir a segurança dela. Ele ressaltou, no entanto, que “não se pretende criar um ambiente de patrulhamento ostensivo”.

A postura da aluna, e não o tamanho do vestido, teria sido, de acordo com Brown, o motivo da expulsão. O vice-reitor disse que a sindicância apontou que “o motivo do alvoroço todo na instituição não teria sido o tamanho da vestimenta, mas a postura que a aluna teria adotado”. Brown não explicou, entretanto, qual teria sido "a postura" de Geisy.

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